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2012 - Livro Vermelho 2013

Lessingianthus niederleinii (Hieron.) H.Rob. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 04-04-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie ocorre nos Estados Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paranáe Rio Grande do Sul com EOO de 659.519 km² e AOO de 96 km², em mais de 10 locaisem situação de ameaça. A degradação do Cerrado para implantação de agricultura extensivae pecuária são uma grande ameaça às espécies nativas. O desmatamento noPantanal para a formação de pastagens, com a introdução de gramíneas exóticas,já removeu cerca de 40% das florestas e savanas. A implementação do gasoduto Brasil- Bolívia permitirá o crescimento da exploração de ferro e manganêsna Serra do Urucum - MS e a instalação de indústrias petroquímicas,eventos que intensificarão a perda de habitat já verificada no Pantanal e navegetação do entorno (Harris et al, 2008). Nas últimas décadas, cerca demetade da superfície originalmente coberta com os Campos no Estado do RioGrande do Sul foi transformada em outros tipos de cobertura vegetal. Énecessário que estudos populacionais sejam realizados para uma possível mudançade categoria.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Lessingianthus niederleinii (Hieron.) H.Rob.;

Família: Asteraceae

Sinônimos:

  • > Vernonia niederleinii ;
  • > Vernonia profusa ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Potêncial valor econômico

Possui potencial medicinal (Schmeda-Hirschmann;Bordas, 1990).

Distribuição

Ocorre no Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul (Dematteis; Almeida, 2010).

Ecologia

Herbácea perene, heliófita, que habita formações campestres no Cerrado, Pantanal e Pampa. Fértil de novembro a maio; polinizado por insetos e dispersado pelo vento (Borges, com. pessoal).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1.1.1.3 Agro-industry farming
Detalhes Em 2000, o desmatamento no Pantanal atingiu uma área total estimada em 12.182 km². Atualmente, ca. 40% das florestas e savanas foram removidas para a formação de pastagens, freqüentemente com a introdução de gramíneas exóticas (Harris et al., 2005).

1.3 Extraction
Detalhes A implementação do gasoduto Brasil - Bolívia permitirá o crescimento da exploração de ferro e manganês na Serra do Urucum - MS e a instalação de indústrias petroquímicas, eventos que intensificarão a perda de habitat já verificada no Pantanal e na vegetação do entorno (Harris et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Nas últimas décadas, cerca de metade da superfície originalmente coberta com os Campos no Estado do Rio Grande do Sul foi transformada em outros tipos de cobertura vegetal. Esse processo aconteceu sem que limites tenham sido efetivamente estabelecidos e aplicados nem pelo poder público nem pela sociedade. A legislação ambiental a respeito é ainda precária e negligenciada, algumas políticas públicas têm estimulado a conversão e os Campos estão pobremente representados nos sistemas de áreas protegidas. Dados paleoecológicos e paleoambientais da região do Planalto Sul-Brasileiro relacionados a dinâmica da vegetação, do fogo e do impacto humano incluindo o uso da terra fornecem importantes informações para sua conservação e manejo. Vários registros palinológicos mostram que as áreas de campo altamente diversas são naturais, ou seja, remanescentes de uma extensa área de um período glacial e do Holoceno Inferior e Médio e não de áreas florestais do passado. A partir desse conhecimento, sugere-se que os campos devam ser protegidos e não sujeitos a florestamentos como está sendo feito no presente momento, onde vastas áreas de campo estão sendo substituídas por florestas de Pinus, Eucalyptus e Acacia. Apenas 453 km² dos Campos Sulinos estão protegidos em unidades de conservação (SNUC) de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área total desta formação vegetal (MMA, 2000). A maior parte deste percentual está nos mosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC). Apenas a proteção legal pode efetivamente proibir a transformação dos campos naturais em áreas para agricultura ou silvicultura, prevenindo assim a perda completa da vegetação Campos (Overbeck et al., 2009).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Citada na categoria "Rara" na Lista Vermelha da flora ameaçada de extinção do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no PARNA Serra da Bodoquena, Bonito - MS; P.E. do Cerrado de Jaguariaíva, Jaguariaíva - PR e no P.E. Vila Velha, Ponta Grossa - PR (CNCFlora, 2011).

Usos

Referências

- SCHMEDA-HIRSCHMANN, G.; BORDAS, E. Paraguayan Medicinal Compositae, Journal of Ethnopharmacology, v.28, p.163- 171, 1990.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- HARRIS, M.B.; TOMAS, W.M.; MOURÃO, G. ET AL. Desafios para proteger o Pantanal brasileiro: ameaças e iniciativas em conservação., Megadiversidade, p.156-164, 2005.

- DEMATTEIS, M.; ALMEIDA, G. Lessingianthus niederleinii in Lessingianthus (Asteraceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB027208>.

- OVERBECK, G. E.; MULLER, S.C.; FIDELIS, A. ET AL. A flora dos Campos do Rio Grande do Sul. 2009. 443 p.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Lessingianthus niederleinii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Lessingianthus niederleinii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 04/04/2012 - 19:10:53